CAN 2024: Euforia para a Costa do Marfim, lágrimas para a Nigéria

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RFI Português
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A Costa do Marfim sagrou-se pela terceira vez Campeã Africana ao vencer por 2-1 a Nigéria na final do Campeonato Africano das Nações de futebol que decorreu em território marfinense.

Chegou ao fim a 34ª edição do CAN com o triunfo do país organizador, a Costa do Marfim.

O filme acabou com um final de grandes emoções com adeptos que foram das lágrimas à alegria e vice-versa.

Este CAN pareceu ter sido escrito por um realizador. Surpresas, reviravoltas, emoção e a crueldade da prova. O Campeão Africano passou por isso tudo.

Os ‘Elefantes’ estiveram perto de serem eliminados na fase de grupos. Os marfinenses terminaram com três pontos no terceiro lugar no Grupo A, apurando-se para os oitavos por terem sido um dos quatro melhores terceiros em seis grupos. Na fase de grupos, a Costa do Marfim tinha perdido por 1-0 frente à Nigéria e por 4-0 perante a Guiné Equatorial.

O percurso foi caótico dentro e fora das quatro linhas para os marfinenses, visto que após a fase de grupos, o seleccionador francês Jean-Louis Gasset deixou o cargo e foi substituído pelo adjunto marfinense Emerse Faé. No entanto, a Federação Marfinense tentou obter o empréstimo de Hervé Renard, que tinha vencido o CAN em 2015 e que é actualmente o seleccionador da Selecção Feminina francesa de futebol, mas a França decidiu recusar essa proposta. Emerse Faé acabou por ser o obreiro deste ‘milagre’ como dizem os adeptos marfinenses.

Na fase de eliminação directa, os marfinenses estiveram a perder frente ao Senegal nos oitavos, antes de vencer por 5-4 na marcação das grandes penalidades após o empate a uma bola, e também estiveram a perder perante o Mali nos quartos, antes de vencer por 2-1 no prolongamento, jogando com inferioridade numérica de dez contra onze malianos.

Nas meias-finais, um curto triunfo por 1-0 frente à República Democrática do Congo. E na final, os ‘Elefantes’ começaram novamente a perder por 0-1, antes da reviravolta que permitiu a vitória por 2-1. Um percurso impróprio para cardíacos.

Em entrevista à RFI, Siaka Bamba, médio marfinense de 34 anos do União de Tomar em Portugal, e que seguiu a competição à distância, admitiu ter sido uma alegria ver o país vencer, isto para além da boa organização demonstrada pela Costa do Marfim.

Siaka Bamba, médio de 34 anos, representou o Chaves, Feirense, Vitória de Guimarães, Fátima, Valadares Gaia, Sintrense e a Cova da Piedade em território luso, bem como o Recreativo do Libolo em Angola e o Nea Salamis no Chipre. Em 2005 participou no Mundial com a selecção sub-17 da Costa do Marfim.

Terceiro triunfo para os marfinenses no CAN, após cinco finais disputadas, enquanto a Nigéria, liderada pelo português José Peseiro, continua com três troféus alcançados em oito finais realizadas.

A selecção nigeriana também não era uma das grandes favoritas no início da prova, mas soube ultrapassar cada fase, eliminando, por exemplo, Angola nos quartos por 1-0.

Ifeanyi Onwudiwe, futebolista nigeriano e brasileiro de 22 anos, sofreu a ver a final e a derrota dos ‘Super Eagles’. Em entrevista à RFI, ele fez um balanço positivo da prova. Ifeanyi Onwudiwe espera um dia estar presente no CAN com a selecção nigeriana, país do qual tem origens paternas.

Ifeanyi Onwudiwe, jogador de 22 anos, actua no Osasco Audax no Brasil, ele que também já representou o XV de Jaú igualmente em território brasileiro e o Estoril em Portugal.

A prova ficou encerrada com este encontro que definiu como vencedor a Costa do Marfim diante da Nigéria.

No terceiro lugar acabou por ficar a África do Sul que derrotou a República Democrática do Congo por 6-5, na marcação das grandes penalidades, após o empate sem golo no fim do tempo regulamentar.

Em entrevista à RFI, Nuno da Silva, treinador adjunto da União do Songo em Moçambique, analisou a prova realizada pelos países lusófonos, mas antes abordou o triunfo marfinense.

Nuno da Silva, treinador adjunto português da União Desportiva do Songo em Moçambique, ele que já foi adjunto no Ferroviário de Nampula e no Ferroviário da Beira, em território moçambicano, e também adjunto no Interclube em Angola.

O CAN 2024 fica assim encerrado com o triunfo da Costa do Marfim, país organizador. A próxima edição deverá decorrer em Marrocos, em 2025. Recorde-se que a presença de quatro nações lusófonas na prova foi inédita com Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

Os guineenses e os moçambicanos foram eliminados na fase de grupos, enquanto os cabo-verdianos e os angolanos ficaram arredados da prova apenas nos quartos-de-final.

Chegamos assim ao fim deste Magazine Desporto.