Bruma seca em Cabo Verde também prejudica a saúde
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Um episódio de bruma seca voltou a afectar o arquipélago cabo-verdiano no final do mês de Fevereiro. Trata-se de um intenso nevoeiro, que tem origem num vento carregado de pó vindo do Norte da África. Afecta o tráfego marítimo e aéreo, mas não só. Também se trata de uma questão de saúde pública. A doutora Maria do Céu Teixeira, alergologista em Cabo Verde, ajuda-nos a perceber os efeitos da bruma seca no sistema respiratório.
O fenómeno de bruma seca é corrente em Cabo Verde entre Janeiro e Março. Este nevoeiro carregado de poeira também contem poluintes, o que pode provocar rinites ou bronquites ou até agravação de doenças respiratórias crónicas, como a asma.
As pessoas mais vulneráveis são as crianças até os 5 anos e os idosos, assim como os doentes crónicos.
Recomendo a utillização de máscara bem útil neste tipo de situação, cessar a actividade física e para os doentes crónicos tomar a medicação habitual.
Em caso de febre ou de tosse aguda, não hesite em procurar cuidados médicos, insiste a doutoura Maria do Céu Teixeira.
Em declarações à Lusa, com respeito as brumas secas, o meteorologista cabo-verdiano José Pimenta Lima salientou “uma intensidade relativamente crescente na concentração de partículas” nas recentes brumas secas.
Além disso, consta que nos últimos três meses, Cabo Verde registou "uma temporada climatologicamente anormal”, com temperaturas muitas altas, vento pouco intenso e mar mais calmo do que o habitual, mostrando-se, por isso, preocupado com os indícios de mudanças climáticas.