"Europa tem sido fustigada por terrorismo de inspiração islâmica radical"

"Europa tem sido fustigada por terrorismo de inspiração islâmica radical"

RFI Português
00:09:30
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França sofreu, no sábado passado, um novo atentado terrorista, a escassos metros da Torre Eiffel, levado a cabo por um franco-iraniano, de 26 anos, conhecido pelas autoridades como alguém radicalizado. Um turista alemão perdeu a vida e duas pessoas ficaram feridas, numa ataque perpetrado com uma faca e um martelo. O terrorista alegou que queria "vingar a morte dos muçulmanos um pouco por todo o mundo" e referiu "não aguentar mais que os muçulmanos morressem, no Afeganistão e na Palestina".

Em entrevista à RFI, Hugo Costeira, Presidente da ONG Observatório de Segurança Interna, em Portugal, começa por defender que não estamos perante as repercussões da guerra entre Israel e o Hamas, recordando que a radicalização de inspiração islâmica é um problema que fustiga a Europa há já muito tempo.

"O conflito na Palestina, que actualmente opõe Israel ao Hamas, não é nada que tenha vindo desencadear algo que para nós seja novo. A questão da radicalização de inspiração islâmica radical, já existe na Europa há muito tempo, há tempo a mais e é realmente fruto de vários factores. É muito diferente, entre, por exemplo, França e Portugal", começou por referir o nosso entrevistado.

Apesar disso, Hugo Costeira considera que o conflito é "utilizado" pelos terroristas como forma de justificar ainda mais os ataques que são levados a cabo contra outras civilizações.

"A inspiração islâmica radical, que potencia este tipo de terrorismo, de alguma forma, socorre-se do evento que está a acontecer na zona de Gaza, para tentar justificar ainda mais, chamar-lhe-emos uma intifada contra as outras civilizações que não as civilizações que professem uma fé islâmica radical", salientou ainda.

Hugo Costeira, que também é investigador do Instituto contra Terrorismo da Universidade de Reichman, em Israel, falou ainda sobre o que pode ser feito na Europa para evitar que situações semelhantes se repitam, um trabalho que começa com "a monitorização das redes sociais".

Ouça aqui a entrevista na íntegra: