França apresenta uniformes para os Jogos Olímpicos Paris 2024
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Azul, branco e vermelho. Mas em degradê nas cores da bandeira da França. A palavra, que aliás vem do francês e corresponde a uma variação gradativa de cor, é o ponto central dos uniformes do Comitê Olímpico Francês para os Jogos Paris 2024.
A coleção, desenvolvida pela marca francesa Le Coq Sportif, tem 1100 modelos diferentes para vestir e calçar quase 800 atletas de 63 modalidades olímpicas e paralímpicas. A fabricante de equipamentos esportivos, há muitas décadas associada à história do movimento olímpico francês, venceu um concurso lançado pelo Comitê Organizador, em março de 2020.
Os uniformes foram apresentados nesse início do ano por cerca de 150 atletas, que serviram de modelos. Cada esportista qualificado para os Jogos de Paris receberá uma mala contendo um guarda-roupa personalizado para usar nos treinos, nas competições ou nas apresentações (na Vila Olímpica, em um possível pódio e na cerimônia de encerramento).
As primeiras impressões dos atletas sobre os produtos acabados foram boas. “Eu achei muito bonito, foi uma bela surpresa, só de ver os uniformes já é bacana, se pudermos vesti-los em Paris 2024, então, será um orgulho. Certamente faz sonhar, e nos sentimos mais perto dos Jogos”, avalia Alexis Lebrun, a grande esperança do tênis de mesa francês.
Camisas, calções e tênis estarão disponíveis conforme as necessidades de cada disciplina esportiva, mas com a mesma cor dominante: um “branco cru”, decorado com um degradê de azul-branco-vermelho para simbolizar a diversidade dos esportes e culturas, explica o designer dos looks, o estilista parisiense Stéphane Ashpool, que entrevistou os atletas sobre suas aspirações. “Muito rápido concluímos que havia um desejo espontâneo de recriar uma bandeira, mas evoluir, misturando as cores. Tem o azul que entra no branco e o vermelho, novos tons que representam a França e para destacar esse suporte colorido, pensamos nesse 'off-white', um branco cru, quase bege, para ficar mais elegante. É uma tonalidade que pode ser encontrada em um casamento, e a ideia de elegância foi muito citada pelos atletas", diz.
Mas não são só eles vão receber 150 mil peças da nova coleção: 220 mil uniformes também serão distribuídos para funcionários da comissão organizadora e dirigentes. Cerca de 80% da produção será realizada na França, na histórica fábrica do grupo em Romilly-sur-Seine, no leste de Paris. O restante será confeccionado no Marrocos e em Portugal. O fabricante também garante materiais de origem 100% francesa para quimonos de judô.
Já os looks para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que acontece no dia 26 de julho no rio Sena, serão assinados por outra marca: a Berluti, do grupo de luxo LVMH.
Além disso, quatro federações (futebol, basquete, handebol e atletismo) preferiram manter os contratos com os seus fornecedores habituais de equipamentos esportivos.
Revezamento da tochaOs uniformes para o revezamento das chamas olímpica e paralímpica também foram apresentados. Os 10 mil corredores que vão levar o fogo simbólico serão vestidos pela marca francesa Decathlon. O uniforme unissex será totalmente branco e foi desenhado para simbolizar a paz, a unidade e a fraternidade entre os povos.
O mesmo uniforme será usado pelos voluntários dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
A chama olímpica será acesa em Olímpia, na Grécia, no dia 16 de abril, onde permanecerá durante nove dias, antes de iniciar a sua viagem para França, atravessando o mar Mediterrâneo. Ela chegará a Marselha no dia 8 de maio e depois iniciará a sua jornada pelo país.
Atletas franceses conhecidos, como a ex-velocista Marie-José Pérec, ou o ex-jogador de futebol Lilian Thuram, se revezarão com milhares de anônimos. O astronauta Thomas Pesquet também faze parte da lista daqueles que vão participar do revezamento. Porém, o nome de quem vai acender a pira olímpica em Paris permanece um mistério.
A chama olímpica irá percorrer a França sob alta vigilância. Ela irá parar em 65 cidades e passar por 100 locais emblemáticos da França, como as grutas pré-históricas de Lascaux, o sítio arqueológico de Alésia, a cidade medieval de Carcassonne, o Monte Saint-Michel, além de castelos do Vale do Loire, viadutos, pontes, faróis e palácios. Para homenagear a história da França, o revezamento também visitará locais de memória como o Memorial de Verdun ou as praias do Dia D, onde desembarcaram os aliados da Segunda Guerra, na Normandia, dando início à liberação do domínio nazista.
"O trajeto da chama olímpica será envolto por uma bolha de segurança, com centenas de militares, que a acompanharão o tempo todo", diz o ministro do Interior Gérald Darmanin. "Haverá ainda um sistema antidrones e policiais civis ao longo do percurso, viaturas no início e no fim do pelotão de corrida para evitar qualquer desordem pública, juntamente com profissionais destacados pelas prefeituras do caminho", acrescenta.
Já a chama paralímpica sairá da Inglaterra em meados de agosto e cruzará o Túnel da Mancha, onde 24 atletas britânicos passarão o fogo simbólico para 24 atletas franceses. A chama será então dividida para seguir 12 rotas diferentes pelo país, chegando em Paris no dia 28 de agosto de 2024, depois de passar por cerca de cinquenta cidades.